sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Prometer, prometeu! E cumprir!?

“O Estado não pode se atrever a dirigir a cultura. O Estado é guardião das manifestações culturais”
Eleições 2010 em 14/09/2010 07:15h

O governador Marcelo Déda (PT), candidato à reeleição pela coligação ‘Para Sergipe Continuar Seguindo em Frente’, participou nessa segunda-feira à noite, do evento ‘Minha Cultura – um pacto pela cultura sergipana’ que aconteceu no Iate Clube de Aracaju.

Na ocasião foi apresentado ao candidato Déda, e aos demais, um documento elaborado por diversos segmentos representativos da cultura no Estado, indicando caminhos para a defesa da cultura sergipana. Trata-se de um pacto que quer ver cada vez mais viva a cena cultural de Sergipe, pretendendo fazer da cultura uma política pública envolvente e consistente.

Marcelo Déda estava acompanhado a primeira dama Eliane Aquino; do candidato a vice-governador, Jackson Barreto; dos candidatos ao Senado Federal, Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim; do prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira (PCdoB); do presidente estadual do PT, vice-prefeito de Aracaju e coordenador da campanha de Déda e de Dilma em Sergipe, Silvio Santos; da secretária estadual de Cultura, Eloísa Galdino; Indira Amaral, presidente da Fundação Aperipê; vários candidatos proporcionais, além de representantes de diversos fóruns de cultura do Estado.

O ato ‘Minha Cultura’ iniciou-se com um grande aplauso para a cultura sergipana. O ato traduziu-se num mosaico de cores, sons, tons e falas, uma verdadeira teia cultural com vários sentidos e um sonho coletivo: produzir uma cultura que consiga ter na sua dimensão simbólica a força para se dizer sergipana; que na dimensão econômica se transforme em ferramenta para o desenvolvimento de Sergipe; e que na dimensão cidadã funcione como indutora de inclusão social.

A secretária estadual de Cultura do Estado, Eloísa Galdino, disse que o ato evidencia a cultura dentro do processo cultural. “Nesse ato nós vamos entregar ao governador um documento construído coletivamente com toda a comunidade cultural. Ele traduz todos os anseios de cada uma das linguagens da cultura, e representa uma referência para uma política cultural de Sergipe, demostra que sabemos de onde saímos e onde queremos chegar”. Ou seja, os atores da cena cultura estão aqui para dizer que votam 13, seguem em frente e que tem uma perspectiva de trabalho para a próxima gestão do governador Déda”.

O governador se dirigiu aos artistas, que segundo ele representam “a alma sergipana”, afirmando que pertence a uma geração de operários do sonho. “Pertenço a uma geração de homens e mulheres que viveu num tempo de censura e opressão. Portanto, nos abraçamos a um território a salvo da ignorância do regime. Fizemos do sonho o laboratório da vida, nos apoiamos nos braços da cultura. Foi ela que nos tangeu para além das grades. Foi na cultura que aprendemos o nosso lugar no mundo e a cultura em nós”.

E lembrou ainda: “Aprendemos muito cedo que a luta não era só pelo salário, escola, saúde, comida, aprendemos cedo que a nossa gente queria comida, diversão e arte. A cultura nos construiu uma identidade com pluralidade. Aprendemos que o homem na amplitude da sua condição humana, precisava da cultura para se sentir parte do povo com quem convivera. Aprendemos que cultura era pertencimento. Somos herdeiros e responsáveis pela continuidade do sentimento de pertencimento”.
Déda afirmou ainda que o ato ‘Minha Cultura’ não era um simples encontro de apoiamento político. “Vocês se reuniram, pensaram, formularam, resgataram a luta da cultura em Sergipe e produziram uma proposta para o nosso governo. Ela representa um pacto entre vocês e o nosso futuro governo. É a primeira vez que o setor cultural se articula, dos Parafusos de Lagarto a Academia Cultural de Sergipe.”

O governador lembrou que os diversos ganhos que a cultura sergipana vem registrando nos últimos anos como, por exemplo, o título de patrimônio histórico de São Cristovão, representa que uma porta foi aberta para o contributo sergipano para a formação dos valores culturais universais.

Ao encerrar Déda afirmou que vai continuar democratizando o acesso ao patrocínio cultural pelo Estado, abrir portas para os novos artistas e viabilizar a interiorizar os equipamentos culturias. “É preciso voltar ao interior, é preciso resgatar as salas de cultura, os pontos de cultura, porque não há arte sem público. É preciso levar a arte e o artista onde o povo está”.

Avaliou ainda que é necessário fazer ainda mais. “Nós não temos dinheiro sobrando, temos que trabalhar com o dinheiro do povo com ações estratégicas e responsabilidade. Temos que aproveitar a lógica do mercado cultural, com ousadia, para garantir que todas as formas de expressão recebam incentivos não como esmola mas, com regras dignas, que estimulem a produção cultural”.

Irineu Fontes, músico, compositor e secretario de cultura do município de Laranjeiras, presente ao ato afirmou que a cultura necessita de cada vez mais de financiamento. “O comprometimento do governador Marcelo Déda, um gestor comprometido com a área, é de fundamental importância para todos os segmentos que fazem cultura no Estado. Nós, artistas, temos que prestigiar esse ato quando Déda vai se pronunciar, demonstrando o seu comprometimento com a cultura sergipana”.

A coordenadora da Central Única das Favelas (CUFA), Isabela Bispo, veio ao evento acompanhada por vários artistas do Hip Hop para mostrar que a chamada ‘cultura periférica’ apoia o ato. “Hoje estamos aqui para dizer que o Hip Hop também faz parte da cultura sergipana e que estamos envolvidos, no esforço, para fazer com que as políticas públicas voltadas para a cultura atinjam todos os segmentos culturais do Estado”.

O grupo musical Naurêa, representado pelo vocalista Alex Santana, também marcou presença no ‘Minha Cultura’ como forma de demonstrar o apoio do grupo a gestão cultural de Marcelo Déda. “Esse ato, representa que todos os artistas do Estado estão com Déda. Com certeza, ele será reeleito e vai fazer com que a cultura do nosso Sergipe continue seguindo em frente. Muita coisa já melhorou como a proximidade do artista com a secretaria da cultura, a democratização do acesso aos palcos através da realização de editais, o incentivo através do apoio financeiro para a realização de espetáculos, enfim, esperamos que esse processo tenha vida longa. A democratização da cultura é irreversível. Agora a população exige que ela seja ampliada”.

O ator Orlando Vieira estava desde cedo no Iate, aguardando o início do evento e afirmou a satisfação em prestigiar o ‘Minha Cultura’. ‘Hoje vamos entregar ao nosso governador um documento muito importante para a gestão cultural em nosso Estado. As reivindicações são muitas, e a presença de Déda aqui só demonstra o interesse dele em atender os nossos pedidos”.

Políticas públicas de Déda para a Cultura

Déda priorizou, como governador, a formação de políticas públicas voltadas para a área. Foram realizados convênios com o governo federal, via Ministério da Cultura, para a manutenção de institutos e patrimônios históricos, modernização e construção de museus e praças. A melhor forma de resgatar e fazer entender que um povo sem Cultura, no tom mais literal da palavra, é um povo que simplesmente não existe.

Agora, o candidato Marcelo Déda apresenta em seu programa de governo políticas culturais para as diversas linguagens da cultura: Audiovisual, Artes Visuais, Arquivos e Museus, Circo, Culturas Populares, Culturas Afrobrasileiras, Dança, Livro, Leitura e Literatura, Música, Patrimônio Material e Imaterial, e Teatro.

Ao todo são cinco programas estratégicos para a área. O primeiro é ‘Conhecer para reconhecer’ voltado para a formação e intercâmbio cultural que tem como objetivos: promover a formação e qualificação profissional nas diversas linguagens artísticas e a formação de novas plateias.

O segundo programa ‘Preservar para garantir’ busca garantir a preservação cultural e patrimonial: valorizar, preservar, restaurar e difundir o patrimônio cultural (material e imaterial) do Estado de Sergipe, reconhecendo-o como vetor de desenvolvimento econômico, inclusão social, integração cultural e construção da cidadania.

‘Valorizar para multiplicar’ é o terceiro programa voltado para a diversidade e direitos culturais através da valorização da cultura local com os seguintes objetivos: valorizar a diversidade cultural, promover ações e eventos culturais com democratização, descentralização e valorização da cultura local e garantir a acessibilidade dos cidadãos aos bens, serviços e eventos culturais.

O quarto programa ‘Formatar para produzir’ é voltado para o financiamento para a criação artística e cultural através dos elementos da economia da cultura, tendo como resultados esperados: Dinamizar as expressões artísticas e culturais através do apoio à sua criação, produção e difusão, através da promoção de mecanismos de fomento às diversas áreas de expressão da cultura e da articulação com outros setores da economia e do turismo.

Por fim, o quinto programa ‘Democratizar para incluir’ visa à gestão democrática da cultura tendo como objetivos: Modernizar e democratizar a gestão cultural do Estado de Sergipe, implantando o Sistema Estadual de Cultura, promovendo a participação dos diversos segmentos envolvidos com a cultura do Estado otimizando os equipamentos culturais e valorizando os servidores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário